SEGUINDO OS PASSOS DE CRISTO
As dissensões, muitas vezes, revelam a ausência de maturidade espiritual e de verdadeira comunhão com Deus. Quando há contendas, divisões e julgamentos precipitados entre os irmãos, é sinal de que o coração se distanciou do padrão de amor ensinado por Cristo. Como cristãos, somos chamados a viver de forma diferente, tendo como modelo aquele que é o Príncipe da Paz.
Jesus Cristo é o nosso maior exemplo de humildade, mansidão e amor sacrificial. Em todo o seu ministério terreno, Ele demonstrou paciência com os fracos, misericórdia com os pecadores e firmeza com a verdade. Ele não apenas nos ensinou com palavras, mas viveu cada princípio que proclamou. Por isso, olhar para Cristo é essencial para quem deseja crescer na fé e desenvolver um caráter segundo o coração de Deus.
Perseverar nos ensinamentos de Jesus é mais do que ler a Bíblia ocasionalmente ou frequentar cultos regularmente. É um estilo de vida. Significa aplicar, diariamente, os princípios da Palavra de Deus em nossos relacionamentos, atitudes e decisões. Cristo nos deixou mandamentos claros, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mateus 22:37-39). Esses dois mandamentos resumem toda a lei e os profetas. Eles devem ser a base da vida cristã.
Seguir os passos de Cristo é caminhar em amor e obediência. É amar mais e ferir menos. É exortar com amabilidade, e não com dureza. É apoiar os mais fracos na fé, ao invés de criticá-los ou excluí-los. O apóstolo Paulo nos exorta a suportar uns aos outros em amor e a manter a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Efésios 4:2-3). A verdadeira espiritualidade se expressa no cuidado mútuo, na paciência, na empatia e na disposição de servir uns aos outros.
Infelizmente, em muitos contextos cristãos, vemos mais julgamentos do que compaixão, mais acusações do que perdão, mais divisão do que unidade. Isso não reflete o coração de Deus. A Igreja deve ser um lugar de cura, não de feridas. Um lugar onde os fracos são fortalecidos, onde os cansados encontram descanso, e onde o amor prevalece sobre o ego.
Portanto, que cada um de nós examine seu coração diante do Senhor. Temos sido promotores de paz ou semeadores de contendas. Temos apoiado os frágeis ou contribuído para sua queda. Que possamos buscar diariamente a presença de Deus, permitindo que o Espírito Santo transforme nosso interior, nos tornando mais parecidos com Cristo.
Que a nossa fé se manifeste em atitudes de amor, mansidão e compaixão. E que sejamos instrumentos de edificação e reconciliação dentro do Corpo de Cristo, para a glória de Deus.
A maturidade espiritual não se revela apenas no conhecimento teológico ou na frequência aos cultos, mas principalmente no modo como tratamos uns aos outros. Jesus declarou que o mundo reconheceria seus discípulos pelo amor mútuo (João 13:35). Isso significa que a nossa identidade cristã não é comprovada apenas por palavras, mas por ações concretas de amor, perdão, serviço e humildade.
Infelizmente, em tempos difíceis, é comum que surjam desentendimentos e divisões no meio do povo de Deus. Questões secundárias acabam ganhando mais espaço do que os fundamentos da fé. Em vez de buscarmos a reconciliação, muitas vezes alimentamos o orgulho, justificando nossas atitudes com argumentos espirituais, enquanto negligenciamos o espírito do Evangelho. A Palavra nos exorta claramente: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2:3). Quando isso é ignorado, abrimos brechas para o esfriamento do amor e o afastamento da presença de Deus.
O Espírito Santo habita em um ambiente de unidade, humildade e adoração sincera. Onde há arrogância, competição ou dureza de coração, ali se apaga a chama da comunhão verdadeira. O apóstolo Paulo advertiu os coríntios sobre a carnalidade que se manifestava entre eles por causa das divisões: “Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?” (1 Coríntios 3:3). Ser espiritual não é viver apenas de manifestações visíveis, mas de frutos que evidenciam um caráter moldado pelo Espírito (Gálatas 5:22-23).
O amor cristão não é sentimentalismo frágil, mas um compromisso firme de agir em favor do outro, mesmo quando isso exige sacrifício pessoal. É amar quem nos ofende, orar por quem nos persegue, e estender a mão ao que tropeça. Cristo amou seus discípulos até o fim, mesmo conhecendo suas fraquezas. Judas o trairia, Pedro o negaria, e mesmo assim ele lavou os pés e os ensinou a servir uns aos outros. Este é o padrão do Reino.
Devemos, portanto, desenvolver um coração ensinável e disposto a perdoar. Não podemos permitir que mágoas antigas, disputas de opinião ou egoísmo nos afastem do propósito eterno de Deus para a Igreja, ser uma só família, um só corpo, unidos em Cristo. Onde houver feridas, que sejamos instrumentos de cura. Onde houver frieza, que sejamos canal do calor do amor de Deus. Onde houver fraqueza, que estejamos prontos a carregar as cargas uns dos outros.
O crescimento da Igreja não se mede apenas em números, mas em frutos de justiça e relacionamentos restaurados. A comunhão é uma expressão do Reino, e a maturidade é o reflexo da presença de Deus em nós. Por isso, em vez de alimentar divisões, sejamos promotores da paz. Em vez de criticar os que estão caídos, estendamos as mãos. Em vez de julgar, oremos. E em tudo, sigamos os passos de Cristo, vivendo em amor, verdade e fidelidade à sua Palavra.
A missão da Igreja não é simplesmente manter estruturas religiosas, mas manifestar o caráter de Cristo ao mundo. E isso começa dentro do próprio Corpo de Cristo vivendo em unidade, servindo com amor, sendo suporte uns para os outros e mantendo a fé viva por meio de ações práticas. A comunhão dos santos não é um ideal inatingível, mas uma realidade possível quando o amor de Deus é o fundamento das relações.
Unidade não significa uniformidade. Somos diferentes em dons, personalidades e até opiniões. No entanto, essas diferenças, quando submetidas ao Espírito Santo, não geram divisão, mas enriquecem o corpo. A diversidade bem administrada fortalece a Igreja. Como o apóstolo Paulo escreveu: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. (…) Mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos” (1 Coríntios 12:4,6). Quando cada membro cumpre seu papel com humildade, todos são edificados.
Nesse contexto, a bíblica é clara: “Esforcem-se para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4:3). Manter a unidade requer esforço, renúncia e vigilância constante. O inimigo deseja semear discórdia, feridas, fofocas e desentendimentos, pois sabe que uma Igreja dividida se torna fraca e ineficaz. Mas quando o povo de Deus se une em oração, serviço e verdade, o inferno não prevalece.
Nosso chamado, portanto, é olhar continuamente para Cristo. Ele nos chama a amar com amor sincero, a perdoar como fomos perdoados, a carregar as cargas uns dos outros, e a andar em santidade. Ele nos convida a viver não apenas com palavras, mas com atos de bondade, justiça e misericórdia.
Finalizando, que cada um de nós reflita sobre o papel que tem desempenhado no Corpo de Cristo. Tenho sido um instrumento de paz ou de divisão,Tenho edificado com minhas palavras ou ferido com minhas atitudes. Que o Espírito Santo nos conduza ao arrependimento, à renovação de mente e à prática do verdadeiro evangelho.
Que possamos viver como filhos da luz, guardando os mandamentos de Cristo e andando em amor. Que nossas vidas sejam marcadas por humildade, compaixão e compromisso com a verdade. Assim, a Igreja será fortalecida, o mundo verá a luz de Cristo em nós, e o nome do Senhor será glorificado.