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NO SILÊNCIO ELE ESTÁ PRESENTE

“Bom é o Senhor para os que esperam por Ele…” (Lamentações 3:25-28)

Em tempos de aflição, quando o coração parece esmagado pelo peso das circunstâncias, essa Palavra vem como bálsamo para a alma cansada. Jeremias, mesmo em meio às ruínas de Jerusalém, reconhece a fidelidade e a bondade de Deus. Ele declara que o Senhor é bom, não para todos indistintamente, mas especialmente para os que esperam nele e para aqueles que o  buscam sinceridade.

Esperar no Senhor é mais do que um simples passar de tempo. É uma atitude de fé. É confiar quando não se vê saída, é descansar quando tudo grita por desespero. Deus honra os que o esperam. Ele nunca se atrasa, ainda que aos nossos olhos o tempo pareça longo. Cada minuto de silêncio dele é um espaço sagrado de construção interior. É nesse silêncio que ele molda, cura, restaura.

“Bom é aguardar em silêncio a salvação do Senhor.” Ah, como é difícil silenciar.  Somos acostumados a correr, a fazer barulho, a tentar resolver tudo com nossas próprias mãos. Mas a Palavra nos chama a uma postura,   sentar e calar.  Aguardar em silêncio. Isso não é passividade, é rendição. É dizer: “Senhor, eu confio em Ti, mesmo sem entender. Eu me aquieto porque sei que Tu és Deus”.

E há algo ainda mais profundo: “Bom é para o homem levar o seu jugo na sua mocidade.” Isso nos lembra que a disciplina e os desafios enfrentados desde cedo têm valor eterno. O jugo representa responsabilidade, mas também treinamento. Deus permite certas cargas para nos ensinar a depender dele. E quando levamos esse jugo com humildade, ele transforma peso em propósito.

“Assentar-se-á sozinho e ficará em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele.” Existe uma solidão santa, uma estação onde Deus nos separa para falar de perto, para tratar nossa alma com profundidade. Nesse silêncio, muitas vezes regado por lágrimas, o Senhor sussurra promessas eternas. Ele não desperdiça sofrimento. Cada lágrima é colhida. Cada dor tem um propósito.

Você que está lendo essa palavra, talvez esteja justamente nesse lugar: em silêncio, sozinho, esperando algo do céu. Não desanime. O mesmo Deus que permitiu o silêncio é aquele que tem o tempo certo para trazer resposta. Ele está contigo, mesmo quando não fala. Ele está agindo, mesmo quando não se vê movimento. Confie. Espere. Busque. O Senhor é bom  e Ele nunca falha com aqueles que o amam.

Às vezes, Deus nos leva por caminhos onde a única resposta é o silêncio. Não porque Ele esteja ausente, mas porque está ensinando algo que o barulho não permite entender. A fé verdadeira é provada nesses lugares, não quando tudo vai bem, mas quando o céu parece de bronze e as orações não voltam com respostas visíveis.

A alma que busca ao Senhor aprende a discernir que Deus fala mesmo no silêncio. Ele nos treina para perceber sua presença não só nos milagres e nos sinais, mas também no vento suave, como fez com Elias na caverna. Muitas vezes, Ele não vem no terremoto, nem no fogo, mas na brisa leve e é preciso quietude interior para ouvi-Lo.

O versículo diz que “o Senhor é bom para os que esperam por ele e para a alma que o busca”. Isso é uma promessa. Deus se revela àqueles que o buscam com fome genuína. Não é sobre buscar respostas ou soluções imediatas, mas buscar a ele por quem Ele é. Quando nos rendemos e dizemos “Senhor, mesmo que nada mude, eu ainda Te quero”, então estamos entrando em um relacionamento maduro com ele.

E é nesse lugar que nossa fé se torna firme, inabalável. Porque ela não depende mais das circunstâncias, mas está alicerçada em quem Deus é. A bondade do Senhor não é medida pelo que ele faz, mas por sua natureza. Ele é bom sempre. Mesmo quando não entendemos seus caminhos, podemos confiar no seu coração.

Quando o texto fala sobre “levar o jugo na mocidade”, há um chamado à formação espiritual desde cedo. O mundo ensina a buscar prazer, sucesso e reconhecimento o quanto antes. Mas Deus nos chama a carregar o jugo da humildade, da disciplina e da consagração. E isso não é castigo, é bênção. Quanto mais cedo nos submetemos ao Senhor, mais cedo experimentamos a liberdade verdadeira que só Ele pode dar.

Levar o jugo não significa viver oprimido. Jesus mesmo disse: “Tomai sobre vós o meu jugo… porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:29-30). O jugo de Cristo não nos esmaga, ele nos alinha com o propósito. Ele nos guia no ritmo certo. E quando aprendemos a caminhar com ele, mesmo as estações difíceis ganham sentido.

“Assentar-se-á sozinho e ficará em silêncio…” essa solidão muitas vezes é uma preparação. Deus separa para fortalecer. ele isola para curar. Quando estamos sozinhos com ele, aprendemos que não precisamos da aprovação dos homens, nem da agitação do mundo, para sermos completos. O Senhor é suficiente.

E esse silêncio, ainda que pareça um deserto, pode ser o palco de uma grande transformação. É no silêncio que a raiz se aprofunda. É no escondido que a semente morre para depois frutificar. O que Deus está fazendo em você agora talvez não seja visível aos olhos humanos, mas tem valor eterno. Espere nele. Aguarde em silêncio. A salvação virá  no tempo certo, do jeito certo, pela mão do Deus certo.

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