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Discernimento espiritual em tempos de engano

DISCERNIMENTO ESPIRITUAL EM TEMPOS DE ENGANO

Por vezes, somos subjugados injustamente por pessoas que, tendo a maldade enraizada em seus corações, se disfarçam de piedade. São os chamados lobos em pele de cordeiro. Para identificá-los, é necessário discernimento espiritual, pois se apresentam com uma fé aparente e uma espiritualidade envolvente, carregando uma simpatia quase sobrenatural.

É possível percebê-los entre nós: jamais somam sua fé à dos outros, nem se engajam verdadeiramente em trabalhos coletivos. Seu objetivo é sempre se sobressair àquele que foi separado por Deus para liderar. Estão constantemente questionando, lançando dúvidas sobre a capacidade espiritual e humana do líder, de forma que todos ao redor passem a enxergá-lo como mais qualificado. Diante dos outros, demonstram submissão, mas às escondidas, conspiram ardilosamente contra a integridade daquele que lidera.

Enfrentar essa realidade vai além das forças humanas e físicas. As armas necessárias são espirituais: o jejum, a oração e o poder do nome de Jesus. É assim que derrubamos muralhas e vencemos o mal e não pela nossa força, mas pela graça do nosso Deus.

Não podemos esquecer que o próprio Jesus nos alertou sobre esses falsos irmãos: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mateus 7:15). Eles sabem usar palavras suaves, demonstrar empatia e até praticar gestos de amor, mas seu coração está voltado à divisão, à inveja e à destruição da obra de Deus.

O verdadeiro líder, separado pelo Senhor, não precisa se defender com as armas do mundo. Sua resposta deve vir da confiança no chamado de Deus e da perseverança na oração. Deus é justo, e no tempo certo, Ele revela os corações. Aquele que anda em integridade será sustentado, enquanto o que conspira será desmascarado.

Portanto, se você está enfrentando essa luta silenciosa, não se desespere. Não ceda ao desejo de revidar com as mesmas armas carnais. Fortaleça-se no Senhor, consagre-se a Ele em oração e jejum. Peça discernimento, e o Espírito Santo abrirá seus olhos para enxergar além das aparências. Não se esqueça de que o inimigo tenta agir no meio do povo de Deus justamente para impedir o avanço do Reino, mas ele já foi derrotado na cruz.

Continue firme, pois quem te chamou é fiel. O Senhor é teu escudo e tua fortaleza. E no fim, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor inclusive 

Diante da atuação dos lobos em pele de cordeiro, é essencial lembrar que a batalha travada não é contra carne ou sangue, mas contra principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais (Efésios 6:12). Esses indivíduos são, muitas vezes, instrumentos usados pelo inimigo para semear confusão, divisão e desânimo no meio do povo de Deus, especialmente entre aqueles que estão exercendo um papel de liderança, seja pastoral, ministerial ou em qualquer outra esfera do Corpo de Cristo.

A aparência desses falsos irmãos pode enganar muitos. Eles sabem como se portar, como falar a linguagem da fé, como demonstrar uma espiritualidade aparente. Mas os frutos não mentem. Jesus foi claro: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16). Ainda que por um tempo consigam esconder suas intenções, com o passar dos dias seus frutos se revelam: fofoca, insubmissão, desrespeito à autoridade espiritual, orgulho, inveja e desejo de controlar ou manipular. Tais atitudes denunciam a ausência do fruto do Espírito em suas vidas.

É por isso que o discernimento espiritual precisa ser cultivado e buscado com zelo. O discernimento não vem da lógica humana, nem de experiências passadas apenas, mas é um dom que vem de Deus, um olhar espiritual que ultrapassa o que é aparente. O apóstolo Paulo menciona esse dom em 1 Coríntios 12:10, chamando-o de “discernimento de espíritos”. Esse discernimento é vital para líderes e membros da igreja, a fim de protegerem a unidade do Corpo e manterem a pureza da obra de Deus.

O servo fiel, ao perceber esse tipo de presença nociva, deve manter-se firme no propósito. Não se pode permitir que o coração se contamine com mágoas ou desejo de vingança. Pelo contrário, é tempo de intensificar a comunhão com Deus, pois os que esperam no Senhor renovarão as suas forças (Isaías 40:31). Não há batalha que Deus não possa vencer quando Seus filhos se colocam na brecha com sinceridade, confiança e perseverança.

Além disso, é fundamental não reagir com as mesmas armas do inimigo. Quem é de Deus não luta com gritos, difamação ou disputas humanas. As armas do cristão são poderosas em Deus: oração, jejum, submissão à Palavra, louvor e perdão. O Senhor luta por nós. Como Davi diante de Golias, nossa força não está na armadura humana, mas no nome do Senhor dos Exércitos. E é nesse nome que todo plano do inimigo é desfeito.

Há também um chamado à vigilância comunitária. A igreja como corpo precisa estar desperta. Não é responsabilidade apenas do líder discernir o lobo, todos precisam estar conectados ao Espírito, atentos, com corações humildes e dispostos a preservar a unidade. A Palavra nos ensina que um pouco de fermento leveda toda a massa (Gálatas 5:9). Por isso, a vigilância espiritual é um dever coletivo.

Se o lobo permanece por muito tempo em silêncio e disfarce, é porque está esperando o momento certo para dar o bote. Mas o Senhor é o bom Pastor, e Suas ovelhas ouvem a Sua voz. Ele cuida do Seu rebanho e protege os que são d’Ele. A verdade sempre virá à tona, e aquele que se mantém fiel será exaltado no tempo certo.

Diante dessa realidade espiritual, é preciso lembrar que o ministério cristão é, antes de tudo, um chamado para servir, não para competir. Quando alguém, dominado por motivações egoístas, tenta derrubar outro que foi levantado por Deus, o que está em jogo não é apenas a reputação de uma pessoa, mas a integridade do propósito divino para aquela comunidade. Os lobos espirituais desejam assumir lugares que não lhes foram dados por autoridade divina, mas sim por desejo de destaque, por inveja, por orgulho. E, muitas vezes, fazem isso em silêncio, minando relacionamentos, distorcendo palavras, alimentando suspeitas e promovendo desunião.

O que esses agentes de confusão ignoram  ou preferem esquecer é que quem levanta e sustenta um líder é o próprio Deus. Não é o carisma, a eloquência ou a força do braço humano que valida um chamado. É o selo do Espírito Santo. Quando alguém verdadeiramente chamado se vê atacado ou julgado injustamente, a melhor resposta é se colocar de joelhos, porque a justiça de Deus jamais falha. Ele é aquele que justifica os seus servos, que fecha a boca dos leões e que prepara uma mesa na presença dos adversários.

Essa caminhada exige maturidade. Muitos líderes desistiram do chamado por causa das feridas abertas por esses lobos. Foram feridas emocionais, espirituais e, em alguns casos, até físicas. Mas aqueles que perseveraram descobriram um nível mais profundo de intimidade com Deus, pois as batalhas espirituais, por mais dolorosas que sejam, nos moldam, nos refinam e nos ensinam a depender inteiramente do Senhor. Como diz o salmista: “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos” (Salmo 119:71).

Aos que estão enfrentando esse tipo de provação, deixo um conselho espiritual: mantenha o coração limpo. Não permita que a mágoa transforme você em algo que Deus nunca quis que você fosse. Continue servindo, amando, liderando com mansidão e autoridade. Não retribua o mal com o mal. Ore por aqueles que te perseguem. Clame a Deus por justiça, mas também por misericórdia. E, acima de tudo, permaneça firme no altar.

O tempo de Deus sempre chega. A verdade, mais cedo ou mais tarde, brilha como o sol ao meio-dia. O lobo será identificado, os olhos do povo serão abertos, e a obra do Senhor continuará avançando  porque ela não depende de homens, mas da fidelidade daquele que começou a boa obra e é poderoso para completá-la.

Concluo reafirmando: lute com as armas espirituais. Não se canse de fazer o bem. Deus está contigo. Ele é o teu defensor, teu juiz, teu pastor fiel. E no final, a vitória será sua, não porque você mereceu, mas porque você confiou. A graça de Deus te sustenta, e nenhuma armadilha do inimigo prevalecerá contra aquele que está escondido em Cristo.Porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. (1 João 4:4)

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